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Maus tratos levam mulheres a homicídio
Estudo indica que elas matam mais em casa e eles na via pública

Estas são as principais conclusões do estudo "Homicídio e Doença Mental", apresentado no congresso internacional "Amor, Sexo e Crime", que termina hoje na Universidade do Minho, em Braga.
A autora da investigação, Margarida Oliveira, constituiu uma amostra de 44 homens e 26 mulheres, entre os 20 e os 74 anos, detidos em cadeias portuguesas. Deste grupo, 11,5% das senhoras e 11,4% dos indivíduos cumpriam mais de 20 anos de prisão.
O sexo masculino apresentava mais antecedentes criminais do que o feminino (16% para 3,8%), apesar de o historial psiquiátrico ser mais representativo nelas (38,5% para 36,4%).
"As mulheres tinham mais comportamentos obsessivos e compulsivos", realçou a psicóloga, apesar de, na generalidade da amostra, ter registado um "índice baixo de prevalência de sintomatologia psicopatológica".
A psicóloga constatou valores elevados de homicídio conjugal (57,7%) nas mulheres, a partir dos 40 anos e casadas há mais de 12, na sequência de maus-tratos continuados. Mais ainda, realçou, 53,8% delas matou o cônjuge em casa. Já os homens preferiram a via pública para a prática de homicídio e, por regra, contra outros indivíduos do mesmo sexo (50%), dos quais 43,1% eram desconhecidos. Ambos os sexos recorreram mais à arma branca (41,4%) para consumar o assassínio.
Na altura do crime, 43,2% dos homens e 19,2% das mulheres consumiam álcool e 41% deles e 3,8% delas usavam drogas. Da amostra, 15,9% dos homens estavam mesmo a ser acompanhados pelo Centro de Atendimento à Toxicodependência.
A investigadora constatou uma "correlação significativa entre problemas de álcool e acompanhamento psiquiátrico e internamento".
A maioria dos 70 detidos tinha o 1.º ciclo, sendo que 47,7% dos homens tinha entre 20 e 29 anos e era casado/união de facto, e 59,1% tinha filhos. Grande parte deles trabalhava no ramo da construção civil e automóvel. A maioria das mulheres (53,8%) tinha entre 40 e 59 anos, sendo que 42,3% eram viúvas e 80,8% tinham filhos. Predominavam as doméstica, empregadas de limpeza e agricultoras.
Por fim, a psicóloga Margarida Oliveira defendeu uma avaliação do "suporte social existente em casais onde ocorre violência doméstica".
Fonte: Diário de Notícias